quarta-feira, 4 de junho de 2014

Autopieadade

“Levantou-se, pois, toda a congregação e gritou em voz alta; e o povo chorou aquela noite. Todos os filhos de Israel murmuraram...”



Os israelitas se sentiam extremamente com pena deles mesmos. Cada dificuldade se tornava uma nova desculpa para se afundarem em autopiedade. Lembro-me do que o Senhor me falou durante uma das minhas “festas de autopiedade”. Ele disse: “Joyce, você pode ser lamentável ou cheia de poder, mas você não pode ser as duas coisas.”

É vitalmente importante entender que não podemos acolher certos demônios de autopiedade e também andar no poder de Deus!

Foi difícil abrir mão da pena; eu a havia usado por anos para me confortar quando estava sofrendo. No instante em que alguém nos fere, em que experimentamos desapontamento, o diabo nomeia um demônio para nos cochilar mentiras sobre como fomos maltratados cruel e injustamente.

Tudo o que você precisa fazer é ouvir os pensamentos se precipitando em sua mente durante tais ocasiões e perceberá rapidamente como o inimigo usa a autopiedade para nos manter na escravidão.

A Bíblia, entretanto, não nos dá liberdade para sentir pena de nós mesmos. Em vez disso, devemos encorajar e edificar uns aos outros no Senhor. Autopiedade é idolatria- voltarmo-nos para nós mesmos, concentrarmo-nos em nós mesmos e nos nossos sentimentos apenas nos faz cientes do nossos próprio eu e das nossas próprias necessidades e interesses -  e essa é certamente uma forma mesquinha de viver.

Nós, literalmente, exaurimo-nos algumas vezes tentando ganhar a simpatia. Sim, a autopiedade é a maior armadilha e um dos instrumentos favoritos de Satanás para nos manter no deserto. Se não formos cuidadosos, poderemos, na verdade, nos tornar viciados nela. Um vício é alguma feita como resposta automática a algum estímulo – um padrão de comportamento aprendido que se tornou habitual.

Quanto tempo você gata em autopiedade? Como você responde aos seus desapontamentos? Desperdicei tantos anos da minha vida tendo pena de mim mesma! Era um daqueles casos de vício. Minha resposta automática a qualquer tipo de desapontamento era autopiedade. Satanás, imediatamente, enchia a minha mente com pensamentos errados e, sem saber como “pensar sobre o que estava pensando”, eu simplesmente pensava em qualquer coisa que vinha à minha cabeça. Quanto mais pensava, mais condoída me sentia.

Frequentemente conto histórias dos anos iniciais do meu casamento. Todo domingo à tarde, durante a temporada de futebol, Dave queria assistir jogos na televisão. Se não fosse temporada de futebol, era alguma outra “temporada de bola”. Dave gostava muito de tudo isso, e eu não gostava de nada. Ele gostava de qualquer coisa que envolvesse uma bola pulando e podia ser tão facilmente envolvido por alguns esportes que nem mesmo se dava conta de que eu existia.

Certa vez, parei diante dele e disse claramente: “Dave, não me sinto nem um pouco bem; sinto-me como se fosse morrer.” Sem levantar os olhos da tela do televisor, ele disse: “Ah, que bom, querida.”

Passei muitas tardes de domingo com raiva e com autopiedade. Sempre limpava a casa quando ficava irritada com Dave. Agora sei que estava tentando fazê-lo sentir-se culpado por se divertir enquanto eu estava tão infeliz. Eu costumava andar pela casa com raiva batendo portas e gavetas, marchando para dentro e para fora do cômodo em que ele estava, com aspirador de pó na mão, fazendo um grande alarido de como estava trabalhando duro enquanto ele estava com a bunda no sofá.

Eu estava, claro, tentando atrair atenção dele, mas ele quase não me notava. Eu desistia, ia para os fundos da casa, sentava-me no chão do banheiro para chorar. Quanto mais chorava, mais pena que sentia de mim. Deus me deu uma revelação anos mais tarde sobre por que uma mulher vai ao banheiro para chorar. Ele disse que é porque há um grande espelho lá, e depois que ela chorou por um longo tempo pode ficar em pé e dar uma longa olhada para si mesma e ver como ela realmente parece lamentável.

Algumas vezes eu parecia tão mal quando via minha imagem no espelho que começava a chorar de novo. Finalmente, fazia meu último e pesaroso passeio pela sala de estar em que Dave estava, andando vagarosamente e muito deploravelmente. Ele, ocasionalmente, olhava-me o tempo suficiente para me pedir um chá gelado se eu fosse à cozinha.

A verdade é esta: não funcionou! Exauri-me emocionalmente – frequentemente acabando por me sentir fisicamente doente por causa de todas as emoções erradas que havia experimentado durante o dia.

Deus não vai libertá-lo pela sua própria mão, mas pela dEle. Apenas Deus pode mudar as pessoas! Ninguém, exceto o Poderoso, poderia ter desencorajado Dave de assistir a tanto esportes como fazia. À media que aprendi a confiar no Senhor e a parar de  me envolver em autopiedade quando não conseguir as coisas do meu jeito. Dave realmente adquiriu mais equilíbrio no que diz respeito a assistir eventos esportivos.


Há, entretanto, aquelas vezes – e sempre haverá – em que não consigo fazer o que quero. Assim que sinto minhas emoções começarem a subir, oror: “Oh, Deus, ajuda-me a passar neste teste. Não quero rodear esta montanha nem mesmo uma vez mais.!”

Livro: Campo de Batalha da Mente - Joyce Meyer