quarta-feira, 30 de julho de 2014

Proibido: Dever ou Querer?

Proibido: Dever ou Querer?



Sabe-se que pessoas justificam a estupidez com base em ”sentimentos”. Senti que Deus estava me conduzindo a trair a minha esposa.... a desconsiderar as minhas contas..... a mentir para o meu chefe... a flertar com minha vizinha casada.” Tome nota disto: Deus não o levará a violar sua Palavra. Ele não contradiz o próprio ensinamento. Cuidado com a frase “ Deus me levou a...” Não brinque com isso. Não disfarce seu pecado como se fosse uma orientação de Deus. Ele não vai leva-lo a mentir, trair ou ferir. Ele o guiará fielmente através das palavras das Escrituras e do conselho de seus fiéis.

Os parágrafos a seguir documentam a degeneração deste autor rumo à atividade criminosa. Eu confesso. Eu violei a lei. “E o pior de tudo é que não quero parar”.
Meu atos delituosos começaram de maneira inocente. Meu caminho até o escritório segue pelo sul rumo a um cruzamento onde eu e todas as pessoas do Texas viram à direita. Todas as manhã espero longos minutos numa longa fila diante de um longo farol vermelho, sempre resmungando: “Deve haver um caminho melhor”.  Eu o encontrei certo dia. Embora estivesse a quase um quilômetro do semáforo, consegui encontrar um atalho, um beco atrás de um shopping center. Valia a pena tentar. Liguei a seta, fiz uma rápida conversão à esquerda, dei adeus aos colegas de fila e me arrisquei. Fiz um zigue-zague entre as caçambas de lixo. Funcionou! O beco me levou à avenida à direita muitos minutos mais rápidos do que o restante da sociedade.

Daquele dia em diante, eu estava à frente do bando. Todas as manhãs, enquanto os carros esperavam em fila, eu desviava por minha rodovia particular, de maneira bem convencida, aplaudia a mim mesmo por ver o que os outros não tinham visto. Estava surpreso por ninguém ter descoberto aquilo antes, mas uma vez, poucos tinham a minha habilidade como piloto.

Numa certa manhã, minha esposa, Denalyn, estava comigo no carro.

- Vou fazer você relembrar porque se casou comigo – disse-lhe à medida que me aproximava do cruzamento.

- Está vendo aquela longa fila de carro? Consegue ouvir os lamentos dos moradores do subúrbio? Vê a monotonia da humanidade? Isso não é para mim. Segure-se!

Como um caçador num safári, desviei das seis pistas na direção daquela única pista e compartilhei com minha amada a minha via expressa secreta rumo à liberdade.

- O que você acha? – perguntei a ela, esperando sua admiração.
- Eu acho que você desrespeitou a lei.
- O quê?
- Você entrou pela contramão numa rua de mão única.
- Não fiz isso.
- Volte lá e veja por si mesmo.

Foi o que fiz. Ela estava certa. Por alguma razão, eu não vi a placa. Meu atalho era uma via não permitida. Bem ao lado de grande caçamba laranja estava uma placa onde se lia: “Não entre”. Não é de admirar que as pessoas me olhassem daquele jeito quanto eu entrava na viela. Eu achava que era inveja; elas me achavam um fora da lei.

Mas o meu problema não é o que fiz antes de conhecer a lei. Meu problema é o que eu quero fazer agora, depois de conhecê-la. Você poderia imaginar que eu não teria mais desejo de usar a viela, mas eu tenho! Parte de mim ainda quer pegar aquele atalho. Parte de mim quer desrespeitar a lei. Todas as manhã, as vozes dentro de mim apresentam este argumento:

Meu lado “dever diz: “É ilegal”.
Meu lado “querer” responde: “Eu nunca fui pego”.
Meu lado “dever” me lembra: “A lei é a lei”.
Meu lado “querer” reage: “Mas a lei não é para motoristas cuidadosos como eu. Além do mais, vou dedicar os cinco minutos que ganhei à oração”.
Meu lado “dever” não cai nessa conversa: “Ore no carro”.

Antes de conhecer a lei, eu estava em paz. Agora que conheço a lei, uma insurreição aconteceu. Sou um homem dividido. Por um lado, sei o que fazer, mas não quero fazê-lo. Meu olhos leem a placa “Não entre”, mas meu corpo não quer obedecer. O que eu deveria fazer e o que acabo fazendo são duas coisas diferentes. Eu estava em melhor situação quando não conhecia a lei.

Soa familiar? Poderia. Para muitos, esse é o itinerário da alma. É a guerra civil da alma.. Antes de conhecer a Cristo, todos nós tínhamos nossos próprios atalhos. A imoralidade era um atalho para o prazer. A trapaça era um atalho para o sucesso. Vangloria-se era um atalho para a popularidade. Mentir era um atalho para o poder.
Então encontramos Cristo, encontramos graça, e vimos as placas...

Durante todos aqueles anos você pegou atalhos, sem nunca ver a placa “Não entre”. Mas agora você a vê. Agora você sabe . Eu sei, eu sei... Teria sido mais fácil se você nunca tivesse visto a placa, mas agora a lei foi revelada.. Assim, o que você faz?

Sua batalha é idêntica àquela que ocorrida no coração do apóstolo Paulo:

“Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.
Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado.
E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.
E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.
Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.
E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.
Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.
Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.
E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.
Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus;
Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.”

Romanos 7. 7-23

Mensagem de hoje: O que consideramos atalhos, Deus vê como desastres. Ele não prepara leis para nosso prazer. Ele as entrega para nossa proteção. Em tempos de lutas devemos confiar na sabedoria dele, não na nossa.
Foi ele que projetou o sistema; ele sabe do que precisamos.

Retirado do Livro “Deus está no controle”:
Autor: Max Lucado